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Às 5 horas da matina do primeiro dia estávamos todos a rolar, estrada fora, em direção ao largo da Sé de Viseu.

Os apóstolos foram doze e nós, os Trilheiros, também. Não tínhamos guia mas gozávamos do privilégio de ter um duo de apoio fantástico e impagável.

Tal como os apóstolos atravessaram os mares da Palestina também nós fomos obrigados algumas vezes a socorrermo-nos das pedras designadas de poldras para atravessar largos e paradisíacos cursos de água.

A chegada a Viseu aconteceu, conforme previsto, cerca das 7.00 horas com um pequeno-almoço oferecido pela Casa da Prisca a solicitação do Trilheiro Rui L e foi servido pela sua família que se deslocou de Trancoso ao nosso encontro. Ele havia de tudo: desde enchidos de elevada qualidade a bom pão e bolas devidamente regados com café, sumos e capucino!! As sobras, saborosas sobras, foram acondicionadas pelo nosso staff e foram sendo consumidas quase até ao final da aventura. Bem hajam os responsáveis da Casa da Prisca.

Antes da partida de Viseu, após as 8.00, ainda houve tempo para algumas fotografias da praxe e para trocarmos algumas palavras com um pequeno grupo de bbtistas que dali saíam para fazerem o mesmo percurso mas em completa autonomia com mochilas de respeito às costas e que pesariam cerca de dez quilos! É obra. Se a coisa não se revelou fácil com apoio, imagine-se só fazer a peregrinação em autonomia.

Às duas horas almoço em Castro Daire no Restaurante Terminal, propriedade de um colega que leva o btt muito a sério, com grande animação e saída às três.

As primeiras quedas ocorreram logo da parte da manhã e foram protagonizadas pelo Rogério M, primeiro e pelo Alípio L, depois. Apesar dos sustos não passou disso mesmo. Por ocasião da segunda queda encontrámos os primeiros peregrinos pedestres, um jovem casal.

Na parte da tarde, deste primeiro e atribulado dia, estoirou o pneu dianteiro do David A que logrou largar a bicicleta com elegância destreza e desatou a correr para a frente, deixando a burra para trás. Caminhou com a companheira de aventura à mão, e durante cerca de um quilómetro, até a uma estação de serviço onde o Artur F, mais uma vez, demonstrou tudo o que sabe de pneus. Antes disso duas garrafas de CO2 foram usadas mas sem resultado.

O caminho estava mal marcado, ou algo confuso, na saída de Viseu (o que é de estranhar nesta terra com tantos pergaminhos na informação rodoviária) e geralmente bem marcado até Castro Daire. Antes de chegarmos a Penude, onde pernoitamos, foram inúmeras as indicações erradas e as confusões geradas entre estas e as novas tecnologias dos gps que, em boa verdade, nos deram proveitosa ajuda pese embora a renitência de alguns em aceitarem ser conduzidos por estas coisas.

Depois de Mões, quando faltavam cerca de 15 kms para chegarmos, e porque a dureza da aventura se revelava muito elevada, Artur forneceu bisnaga milagrosa de magnésio a um atleta que estava a sofrer de cãibras e que passados não mais e dez minutos estava fresco que nem uma alface...

Jantar no salão da junta de freguesia de Penude abrilhantado por um “acordeonista” pimba chamado JBC e acompanhado por um tal Samsung que foram contratados pelo Rui G talvez oferta de uma dos nossos patrocinadores sargentos - porque foi isso o que decretou o Cardinhos farto de só ouvir falar em oficiais para aqui e para ali e nunca de sargentos aqui ou acolá.

Neste albergue extremamente espartano tivemos a companhia de um grupo de ciclistas de Gaia e dormiu-se em chão de primeira, com colchões de ginásio de segunda e o inevitável saco cama que nos transfigura a todos em chouriços dorminhocos.

Artur F esfarrapou uma perna a atravessar o tal leito largo de um rio sem ponte mas com umas pedras altas de metro separadas entre si, para passagem das águas, entre trinta a cinquenta centímetros e designadas popularmente como poldras.

Para quem não entender que tenhamos despendido tanto tempo para perfazer 80 kms com um acumulado superior a 2400 metros deve referir-se que foram localizadas, identificadas e marcadas mais de um quarteirão de “geocaches” pelo inevitável Cláudio C que fez as delícias de Artur F e Cardinhos e deixou pelos cabelos os nossos jovens trepadores e, também, por termos percorrido alguns pequenos trilhos errados por preguiça dos Gps que tinham o sistema de aviso de desvio de rota inoperacional.

Dormiu-se bem, e choveu muito durante a noite...

Ao segundo dia, alvorada às seis e trinta da manhã. Seis elementos de outro grupo da Maia que dividia o espaço connosco, e se deitaram mais tarde, acordaram antes do tempo mas de facto, quando entraram e já dormia a maioria de nós ninguém deu por eles. Também é verdade que eram menos… Se acontecer lerem este relato apresentamos-lhes as nossas desculpas.

Tempo húmido, quase chuvoso, à saída mas que veio a melhorar gradualmente sem que tivesse ocorrido molha. O vento frio fez-se sentir várias vezes e particularmente nos inúmeros pontos mais altos que foram sendo sucessivamente vencidos com maior ou menor dificuldade.

De Penude até ao Peso da Régua foi sempre a descer e com cada uma que obrigava a recuar francamente o traseiro e a gastar calços de travão com força. Ocorreram descidas e subidas de escadarias, por vezes de forma contínua, sempre com as meninas às costas.

Nas descidas para o Peso da Régua usufruímos de um louco “single track” que terminou numa ribeira que corre para o rio Varosa e que desagua, mais abaixo, no afamado e deslumbrante Douro; depois dessa descida tempo para uma fotografia sobre uma vetusta ponte semicircular e em bom estado de conservação, outrora passagem de comboio da linha do Tâmega(?).

Durante todo o dia pedalamos deslumbrados com a beleza das paisagens do Alto Douro Vinhateiro que também tem nas suas entranhas mais profundas, hortas, feijoais e batatais magníficos e verdejantes.

Do Peso da Régua para Santa Marta, Lamego (Bom e animado almoço no centro da cidade), Vila Real e albergue em Parada de Aguiar foi um constante e desgastante sobe e desce em que tanto subidas quanto descidas eram-no sempre, na verdadeira aceção das palavras, dignas desses mesmos nomes. Mesmo quando tinham que ser vencidas a penates foram esgotantes. Se ontem fomos obrigados a saltitar, bicicleta em ombros, por cima de uma larga extensão de poldras, hoje houve que fazer várias vezes equilibrismo em paredes altas de xisto e granito que chegaram a causar alguma vertigem a alguns dos mais suscetíveis. E assim foram vencidos mais de 2000 metros de acumulado.

Tanto hoje quanto ontem, como inicialmente referido, houve várias correções de rota e manifestas incompatibilidades entre algumas indicações físicas e os tracks de que dispúnhamos e foram colhidos em blogues. Também os conflitos entre a emoção do nosso foto-repórter e a razão do nosso engenheiro de sistemas acerca da utilização de Gps foram em tudo semelhantes aos do primeiro dia.

Ainda houve tempo para, já no final da etapa, na ecopista em Vilarinho de Samardão, vermos o início de um Fogo e o incendiário a sair do local que nos era visível mas inacessível. Informamos bombeiros de Vila Pouca de Aguiar que dispensaram a nossa informação de coordenas de Gps porque... ainda não usam. E conseguimos, mais adiante, intercetar o incendiário mas pouco pudemos fazer perante a sua recusa em aceitar reconhecer o óbvio. Como tínhamos um objetivo longínquo seguimos viagem.

Visitámos o único café da aldeia devidamente acompanhados da gaita do Rui G nas mãos do Artur F que foi um enorme sucesso e causou grande reboliço. Jogámos matraquilhos entre nós e com os poucos jovens da aldeia.

Jantámos no recomendável albergue de Parada de Aguiar que tem excelentes condições de acomodação para dez pessoas e possibilidade de albergar os nossos catorze elementos com o recurso aos colchões/colchonetes sob os sacos cama.

À meia-noite já só o escrivão estava acordado e a alvorada haveria de ser às sete da manhã. Foi dia de 90 kms e 1100 metros de acumulado.

Ao terceiro dia pequeno-almoço no café Celidoce, passagem por Melgaço e Vidago e almoço em Chaves. Após almoço ainda houve piso rolante até Verin (terra de água e vinho, o que torna muito suspeito o vinho).

Muito suave a primeira parte, paga com elevados juros na segunda. Foram sete quilómetros permanentemente a subir. Até os craques ficaram queixosos e moídos. Chegada à hora habitual ao excelente albergue de Trasmiras.

Jantar no albergue com sobremesa de um balde de cinco litros de pipocas acompanhadas por delicioso licor caseiro da autoria do companheiro Hugo B.

A propósito de albergues é bom sublinhar-se que têm vindo a subir de nível desde o primeiro dia. De facto o albergue de Penude e tão simples e espartano que se tornava fácil que os próximos viessem a ser melhores, e assim foi.

No final desta etapa e em jeito de compensação pela dureza da subida já referida fruímos de um magnífico single track que fez as delícias de todos.

 

Quarto dia: Alucinante. Julgava que iria ter pouco que relatar e eis senão quando, por artes do demo, imprecisões de Gps e indicações confusas não fizemos os quilómetros previstos mas 114 kms. Foi muito de qualquer modo, e tanto que somente dois ou três dos doze elementos do grupo tinham algum dia superado essa marca (pese embora muitos terem estado próximos disso).

A travessia do bosque de Sanábria foi alucinante em singles muito velozes e subida de paredes muito complicadas e com vários quilómetros a trepar de forma ininterrupta.

Não há muito mais a registar porque as quedas que ocorreram foram extremamente suaves e nem são dignas de nota tendo algumas até feito rir os seus protagonistas, como foi o caso do Cardinhos.

Não me ocorrem os nomes de todas as localidades que atravessamos mas em todas fomos acarinhados e recebidos com simpatia inusitada e desde há muito reconhecidas às gentes desta região de Espanha.

Passámos por localidades e pontes romanas de grande beleza sendo digna de registo pela sua grandiosidade a mega ponte de pedra em Orense.

Quinto dia, já ninguém quer saber de nada nem sequer de dores do traseiro. Tempo para encontrarmos um grupo familiar de cinco ciclistas portugueses emigrantes na África do Sul que tinham partido de Chaves em bicicletas alugadas e que foram sendo nossa companhia durante algum tempo e nossos convidados, melhor!! , convidados do Artur F que com todos comunica com facilidade reconhecida a beneficiarem do apoio do nosso staff e em conversarem um pouco à volta das nossas carrinhas, beberem refrescos e comerem fruta.

Posteriormente, e já a um tiro de Santiago de Compostela viemos encontrar um casal de peregrinos pedestres conhecidos dos Trilhos Sem Fim (ambos enfermeiros no HSA em Leiria) quando procedíamos à recolha de um carimbo num albergue de passagem.

Também antes de chegarmos ao nosso ansiado destino passámos por um grupo de cavaleiros de Bragança com quem inevitavelmente o nosso companheiro Artur F haveria de trocar impressões dado serem seus filhos da terra. Tinha ficado prometido cavalgarmos em Santiago mas nunca mais lhes pusemos a vista em cima.

Os 383 quilómetros e cerca de 8000 metros de acumulado previstos acabaram em 427 quilómetros e 9270 metros de acumulado em cinco dias.

Chegados à cidade impressiona o bulício em todas as direções de peregrinos de todo o género e os passantes que nos estimulam ainda com a saudação de “Bom Camiño” mesmo quando estamos a escassos metros da entrada na Praça da Catedral. Aí chegados foi uma enorme festa com as pessoas que ali se encontravam a aclamar-nos de Campiones!! Fantástico. Um montão de fotografias e as namoradas e esposas de alguns de nós a verem-nos em direto no Google.

Visitámos a Catedral como mandam as regras; obtivemos a compostellana e jantámos no centro histórico.

Ficou a sensação de que ainda falta quase um ano para a próxima aventura!!!!

E já se fala no tradicional caminho litoral com ida até Muxia e Finisterra. Venha ela…

Alipio

 

* * Álbum de fotos actualizadas com todas as fotos * *

 

Também em meo Kanal 490904

publicado às 20:09

Peregrinação a Santiago de Compostela

por Trilhos Sem Fim, em 13.06.12

Durante quatro dias, três a pedalar, uma dúzia de trilheiros deste grupo TSF, aventuram-se numa peregrinação a Santiago de Compostela. A façanha já não era nova para alguns de nós, para outros, que iam pela primeira vez, foi vencer um desafio pessoal que nos eleva o ego, quando finalmente paramos em frente à imponente catedral do Santo Apóstolo, depois de percorridos os quase 240Km de percurso.


Foi visível, por mais que alguns tentem não o demonstrar, que a chegada ao destino é motivo de orgulho, afinal nem todos somos rapazinhos de vinte e tal anos, e alguns de nós só começámos a andar de bicicleta à relativamente pouco tempo, e andar um dia inteiro em cima da bicicleta exige força de vontade e traseiro que aguente!


Sobre as nossas idades, não quero deixar de referir a particularidade, e a meu ver, a vantagem do grupo ser bastante heterogéneo, vamos dos 33 aos 63, sem contar com os nossos condutores, parte integrante do grupo, apesar de não pedalaram. Com idades tão diferentes, e apesar de experiências de vida e condições físicas distintas, o entendimento, as decisões, a convivência, as brincadeiras, as maluqueiras, são partilhadas naturalmente por todos, parecendo todos que voltámos por uns dias à idade de rapazotes a descer vales e montanhas, com atitudes dignas de sermos chamados à atenção, aliás, como alguns peregrinos nos fizeram! Ooops! ;-)


Foram três dias, que mais uma vez vou definir como sendo de excelentes mini-férias, como é sabido, cada um faz o caminho de Santiago pelos mais variados motivos, o principal e o original é obviamente pela fé, no entanto há muitos outros como é o nosso caso, o do desafio pessoal, e o da convivência com amigos, seguindo sempre o espírito de diversão e brincadeira que reina neste grupo de BTTistas. E isto, meus amigos, justifica todos os disparates que fazemos durante a peregrinação, de facto não seguimos a orientação da peregrinação em silêncio, pois quem nos conhece, sabe que mesmo sem o Artur e o GPS, é impossível percorrermos mais de 500m sem fazermos barulho, mandarmos umas bocas, gozarmos com alguém ou simplesmente dizer babuseiras! Como o já famoso grito tribal Eeeehhh Eeehhh Eeehhh!

 

Como já foi referido nos comentários, e citando em jeito de resumo, tivemos Paisagens espectaculares! Companheirismo! Muita pedalada, subidas suadas, descidas vertiginosas, ribeiros de água fresca para tomar banho e fazer nudismo, peregrinos simpáticos, peregrinos que caiem (com alguma ajuda de um de nós!), peregrinos que se atravessam à frente, cavalos, ovelhas, cabras, porca e Leitões além do "nosso". Sol, nuvens e chuva. Espanhóis, Ingleses e Franceses, e eu acrescento ainda, tapetes de flores, procissões, bandas filarmónicas, caches encontradas e outras nem por isso, caches novas “plantadas” por nós, meninos da escola primária, anedotas, pimentos Padrón, minis Sagres, muitas jarras de cerveja, muitas paragens para repor electrólitos e comer, os bolos da Cris, dormidas em hotel, em albergues, em camarata, orquestras de ressonares e muito Eeeeeh Eeeeh.


Quanto à preparação logística desta viagem, sobre o percurso, onde dormimos, onde comemos, horários e outros pormenores poderão ser consultados neste documento. Apesar de toda a preparação e de termos pensado em alguns suplentes, surgiram alguns imprevistos nos dias que antecederam a viagem. Um dos colegas já tinha sido forçado a desistir por motivos profissionais, tendo sido o lugar dele ocupado por outro colega. O Condutor de um dos carros, o pai do Hélder, viu-se impossibilitado de ir por motivos familiares. Na véspera, o amigo Artur teve de ser internado por motivos de saúde, o que impossibilitou a sua participação, tendo nós ficado sem o repórter oficial e sem o "vendedor" do blog. Perante esta ausência desafiámos outro colega que apesar de estar apenas a algumas horas de partirmos, prontamente fez as malas e alinhou connosco. Outro problema que nos pareceu grave, foi a carrinha de 9 lugares, emprestada por um dos patrocinadores, a EST, ter avariado uns dias antes, o que nos obrigou a levar uma de 6 lugares apenas, também da EST, com menos caixa de carga, mas com tejadilho. Tudo se resolveu, e o belo do frigorífico não deixou de ir, como não podia deixar de ser, passou para o carro do Hélder, ou seja, coube tudo à mesma, mas muito à justa como atestam as fotografias.


Quanto ao Artur, todos lamentámos a sua ausência, pois sabemos o quão ansioso ele andava com esta aventura, mas não deixou de estar presente, foi recordado constantemente, e fomos falando com ele por telefone para lhe dar oportunidade de nos ralhar!

Não podia acabar esta crónica sem referir a sorte que tivemos com o tempo. Depois de nos termos consciencializado que íamos apanhar chuva nos três dias de peregrinação, e de termos feito a viagem de carro na madrugada de 5ªfeira com bastante chuva, acabámos por ter dois dias de tempo excelente, com temperatura amena, tendo apanhado chuva apenas no último dia, Sábado, a partir do meio da manhã. De facto com chuva, não teríamos tido o mesmo gozo, a mesma predisposição para a brincadeira como tivemos graças ao bom tempo, para além de que, com mau tempo, a segurança e a dificuldade serem outras.

Apenas tivemos um furo, e uma avaria, prontamente resolvida na Bicis Garcia. O cepo de uma das rodas avariou a trezentos metros de uma oficina, em Caldas de Reis, no Sábado de manhã, com a oficina aberta. Digamos que apesar do azar, o Santiago deve-nos ter ajudado. Deste episódio saíram dois slogans, “Sem Bicis Garcia, o Cláudio nunca aqui chegaria”, o outro slogan, usa vocabulário menos próprio para este blog, e reflecte o mesmo sentimento :-)

Um agradecimento aos nossos condutores, ao Sr. Hélder e ao Sr. António, quer pela excelente qualidade do serviço prestado, estando à nossa espera com os carros nos locais de intersecção com o percurso, à semelhança do ano passado, e já com os aprovisionamentos dos mantimentos feito, ou os restaurantes reservados, quer pela paciência nas esperas e em especial pela integração total no espírito do grupo.

Obrigado também ao nosso patrocinador dos electrólitos, isto é, das bebidas energéticas, a Sodicel e também à EST – Empresa Serviços Técnicos, Lda, que emprestou novamente a carrinha.

Resumindo, foi uma experiência que sempre recordaremos, com o sentimento e conforto final de meta atingida, e feita em espírito de boa camaradagem e muito divertimento.

Para o ano, haverá mais, mas com novidades… esperemos até lá…

 

Eeeehhh, Eeeehhhh (aonde? aonde?)

 

Cláudio Costa

 

Lamento, mas as fotos, como habitualmente ficam por ordem inversa, ou seja, as últimas primeiro :-(

 

Track GPS - Etapa 1

Track GPS - Etapa 2

Track GPS - Etapa 3

publicado às 23:58

Peregrinação a Santiago de Compostela

por Trilhos Sem Fim, em 26.04.12

O grupo Trilhos Sem Fim está a organizar a sua peregrinação anual a Santiago de Compostela. De forma a que tudo possa ser planeado sem situações inesperadas, abrimos as inscrições até 30 de Abril.

O passeio irá decorrer de 7 a 10 de Junho de 2012.

Integrar a família TSF é um pré-requesito!

Conta-nos das tuas intenções.

A organização TSF propõe fazer o caminho português interior.

publicado às 06:50

Os Trilhos Sem fim foram peregrinar a Santiago de Compostela em Junho de 2011.

  

 

 

Pode ler as crónicas dos 3 dias de peregrinação aqui

publicado às 15:15

Fotos dos 4 dias:

Como duas das máquinas não tinham a hora e data certas, não foi possível ordenar as fotos cronologicamente, além disso não sei porquê o SAPO Fotos mete-as ao contrário, as mais recentes primeiro :-(

 


O dia de hoje, começou como o de ontem às 6h30, hora da alvorada, para tomarmos o pequeno almoço às 7h. Arrancámos ainda antes das 8h, a temperatura estava óptima, ao contrário de ontem que ainda se notou um fresquinho. Atravessámos Pontevedra, onde iria começar dentro de horas o campeonato de triatlo. Tivemos de entrar dentro das vedações da prova, tendo sido o grupo TSF o primeiro a cruzar a meta :-).

Com todos estes preparativos a saída do carro de apoio da cidade foi dificultada, obrigando a ter de apanhar a Autopista, apesar disso, às 9h30 o staff de apoio, lá estava, num dos cruzamentos do Caminho de Santiago com a estrada, e já com pão fresco para o segundo pequeno almoço. Se o bolo de chocolate estava bom, este de hoje não lhe ficava nada atrás. Energias repostas, pedalámos em bom ritmo, aproveitando o piso que permitia um ritmo mais rolante e sem grandes desníveis, caracterizado por caminhos em vinha e cobertos de latadas.

 

Já em Caldas de Reis cruzámo-nos novamente com o grupo do Louriçal, grupo simpático, não fossem da nossa zona! Aí tivemos ainda oportunidade de para além de carimbar, no que é equivalente à câmara municipal, sim mesmo ao Sábado estavam abertos, de fazer duas caches, uma Earthcache alusiva à agua termal e uma tradicional cache. Ao fazermos a segunda cruzámos novamente com os amigos e amigas do Louriçal, na conversa descobrimos que uma das raparigas também já conhecia o Geocaching, que é como quem diz, ficou justificado o estarmos na ponte romana de cú para o ar!

A partir daqui, e ainda antes do almoço, percorremos trilhos óptimos, os melhores desta peregrinação, sempre a descer, com pequenas lombas aqui e ali, o calor, que por essa hora já era intenso, nem se notou, a frescura da mata proporcionaram-nos verdadeiros momentos de prazer, como costumamos dizer nos nossos passeios dominicais, “muito bom”, ouve quem comentasse que o Hélder M. teria certamente adorado. Foram trilhos que nos fizeram lembrar a bela mata da Curvachia, mas sem as silvas. Para terminar esse belo momento, deparámo-nos mesmo no final do trilho, ao chegar ao alcatrão, com dois funcionários da guardia civil, alegres e bem dispostos para apoiar os peregrinos e já acompanhados de um peregrino japonês. O Sr. José M. Blanco, e o Gustavo Ferro, o primeiro intitulou-se embaixador de Portugal, pois conhece bem o nosso país, como pudemos comprovar. Com a boa disposição a imperar, proporcionou-se um excelente momento de alegria e descontracção ao qual se juntaram a nós o grupo do Louriçal entretanto chegados, com os quais já nos temos vindo a cruzar e a conviver desde Portugal, amigos que somos deles, já os avisámos que se se quiserem ver livres do Artur e das suas lérias, terão de alterar o percurso ou ficar para trás! Tiradas as fotos de grupo, trocados nomes, blogs e contas de facebook, continuámos o caminho, com as energias renovadas.


O almoço foi em Padrón, pouco depois de estarmos a comentar que já era boa hora para comer e onde estaria o nosso staff, ouvimos um grito do nosso motorista a chamar, já estava à porta de um restaurante e com a carrinha estacionada, já abastecida de águas para encher o camel back’s. Ao vermos passar o grupo do Louriçal, sugerimos que almoçassem ali, pois tinham cerveja do peregrino, chama-se “estrella da galicia” e parece-nos que é própria para peregrino, pelo menos escorrega bem e pelos efeitos que tem feito, deve funcionar como o powerade do nosso patrocinador, pois também ajuda a subir. Sugestão aceite, foram buscar o staff deles e por lá almoçaram também. Foi mais um bom almoço à base de grelhados.


Faltavam 25km para chegar a Santiago e apenas 15Km para o alojamento que já tínhamos reservado, cheios de vontade, com força nas canetas, e o “nalgatório” ainda em bom estado, decidimos por unanimidade fazer o percurso todo hoje, afinal ainda era cedo, por volta das 12h30, mesmo sabendo que a altimetria que nos esperava não nos iria poupar as pernas. Assim foi, acabámos de almoçar e pusemo-nos a caminho, estava um calor infernal, ainda não fui ver as temperaturas, mas ouvi falar em 41º, juízo tiveram os outros que ficaram a descansar um pouco a seguir ao almoço.

 

Passámos na Parada de Francos, local onde iríamos dormir, quase sem dar por ela, de referir que as 3 residenciais que escolhemos ficam todas no caminho, não foi preciso fazer nenhum desvio, tudo bem planeado!

De facto estes últimos km foram penosos, não só pela subida, mas principalmente pelas altas temperaturas que estavam a esta hora, cerca das 14h, 15h. Ainda antes da chegada a Santiago, e finalizada uma parte da subida, descemos por um single track que termina mesmo à chegada da cidade, claro que como já sabemos, a seguir a uma grande descida vem o castigo, e assim foi, foi subir, com calor, por alcatrão e sem sombras até à parte alta da cidade, onde entramos finalmente nas ruas vedadas ao trânsito e populadas de peregrinos. Um pouco antes da avistarmos a catedral, e ao tentar desviar de tanto povo, e das simpáticas chicas que ao nos oferecerem um doce típico para provarmos, nos põem as bandejas à frente, encontrámos o nosso staff, o Sr. Hélder, que já nos aguardava.

 

Nesta altura e ao avistar a catedral, independentemente dos motivos que nos levam a fazer esta peregrinação, sejam de carácter puramente religioso, por desporto, por ambos, ou por outros quaisquer, é impossível não nos emocionarmos perante tal edifício, e perante tal ambiente que ali se vive. Conseguimos… Não fui só eu a sentir este orgulho próprio, vi bem latente nos meus companheiros o mesmo sentimento, expresso nos telefonemas e mensagens à família. Parabéns, conseguimos…, um dia antes do previsto, eram 15h15. Afinal até fizemos isto facilmente, comentámos entre nós, e ainda chegámos a meio do dia, demorámos 2 dias e meio! Confesso que não foi difícil, a preparação que tínhamos foi suficiente, mesmo eu, que como sabem, tenho andado noutro tipo de treinos :), consegui fazer sem dificuldades de maior, afinal somos TSF’s. Claro que por esta altura ninguém se lembrava já da serra da Labruja, nem da estafa de calor que tínhamos acabado de apanhar! O sentimento do objectivo cumprido apoderou-se de nós, tiradas as fotos da praxe, faltava apresentar as credenciais de peregrino e pedir o nosso diploma, a Compostella. Depois da termos a Compostella, restava-nos carregar as bicicletas na carrinha do nosso outro patrocinador, a EST, para nos dirigirmos ao hotel. O que fizemos, não sem antes logarmos umas caches que nos estavam mesmo ali perto a chamar, atravessam-se no caminho temos de as fazer, por vezes temos mesmo de alterar o caminho para elas se puderem atravessar…

 

Depois de carro arrumado e banhos tomados, regressámos do hotel para Santiago de Compostela, para jantar. Ao chegar vimos novamente os amigos do Louriçal, que também já tinham chegado, mais um pouco de conversa e ficou combinado de num dos Domingos eles virem a Leiria fazer o passeio connosco e depois iremos lá nós, ou v-v.

O jantar, foi sem dúvida um outro excelente momento de alegria, paródia e talvez alguns pequenos, muito pequenos, excessos, não sei… não me lembro bem. Sei que com o dever cumprido, e sem obrigações de pedalar na manhã seguinte, optámos por jantar petiscos, tapas e comemos pimentos, jamom, chouriço, empadillas, almejas, mexilhones, e outras coisas com nomes esquisitos e que pela dificuldade que temos em pronunciá-los, puxam muito à cerveja, aquela tal especial do peregrino… desculpa Júlio, mas as sagres estavam no carro e o ditado é velho “em Roma, sê Romano”, além disso temos de variar… diz o Artur que para a próxima temos de arranjar maneira de trazer a máquina da imperial, o nosso staff diz que pode vir uma daquelas tendas das festas a reboque da carrinha, pode ser uma ideia...

 

Depois de jantar, imponha-se fazermos uma caminhada para ajudar à digestão, aproveitando a magnifica noite de verão e o ambiente típico das praças e ruas de Espanha à noite, fomos procurar umas caches pela cidade, bebendo umas cañas, falando, etc.

 

 

Resumindo, percorremos um total de 216 Km, com uma subida total acumulada de 2937m, em dois dias e meio. Divertimo-nos e estes dias apesar do esforço físico e da constante boa disposição, espero ter sido aproveitado por todos para alguma reflexão pessoal. Para mim, foi um desafio alcançado, e umas excelentes mini-férias.

 

 

Agradecimentos:

Um agradecimento muito especial de todos nós, à empresa EST que nos emprestou a carrinha para fazer de carro de apoio. A carrinha de 9 lugares, foi o ideal, o espaço para as bicicletas era à medida e os dois lugares que sobravam foram ocupados com a bagagem e o frigorifico. Nem mais, nem menos, tamanho ideal.

 

Um agradecimento de todos nós ainda mais especial, ao motorista, e que para além do excelente trabalho efectuado, teve de nos aturar durante 4 dias, e vós todos sabeis o quanto alguns de nós custam a aturar :), sabemos que foi um prazer, pois via-se que estava por gosto.

 

PS: Agora lendo o que escrevi, sinceramente, desculpem o tamanho dos textos, mas não eram obrigados a ler tudo, ninguém vos vais questionar. É que começo a escrever e querendo transmitir o prazer e o gozo que tivemos nestes 4 dias de peregrinação, ao companheiros que não vieram connosco, é difícil sintetizar mais. Além disso, a malta, com especial incidência para o Artur, jamais deixaria que eu me esquecesse de algum pormenor “depois metes isso lá no Blog, hehehe, eles depois vão ver…, não vieram, heheh, para o ano tão... têm de vir..” foi uma frase constante ao longo destes 4 dias, pois nunca nos esquecemos dos amigos TSF's.

 

Os TSF’s peregrinos: Adriano, Artur, Cardinhos, Cláudio, Pedro Santos e Rui Gaspar.

 

 

tracks GPS:

Etapa 1 - 23/6/2011 - 75Km - 1164m

Etapa 2 - 24/6/2011 - 73Km - 943m

Etapa 3 - 25/6/2011 - 68Km - 830m

 

  

Cláudio Costa, a caminho de Santiago

publicado às 02:58


Sobre nós

Neste blog um grupo de amigos irão falar das suas vivências tendo como fundo uns passeios de bicicleta. À conquista da natureza, ganhando saúde.


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