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Depois de uma acesa discussão nas redes sociais sobre o destino deste Domingo, que é único, Dia da Restauração, decidimos visitar a Bezerra. Lugar serrano, cheio de história, perto de Porto de Mós.
Como sempre, tudo planeado: partida, reforços e chegada, sobretudo a chegada…
Iniciámos a jornada rumo à Ecovia da Bezerra, antiga linha de caminho de ferro, “O Ramal do Lena” ou o que resta dele. O comboio já circulou por estas bandas, vindo da Martingança onde entroncava na Linha do Oeste, passando pela Batalha, Porto de Mós, até ao lugar da Bezerra, de onde transportava o carvão explorado nas minas que ali existiram, juntamente com o das Barrojeiras (Alcanadas). Era o Caminho de Ferro Mineiro do Lena.
Para além de efetuar o transporte de carvão, das minas da Bezerra e Barrojeiras (Alcanadas) e de outras mercadorias, foi também muito importante para o comércio, indústria e agricultura da área. O comboio transportava passageiros, que faziam o transbordo na Martingança para a Linha do Oeste, em direção a Lisboa.
O caminho-de-ferro circulou por aqui, até aos finais da década de 40, deixando de fazer parte da rede ferroviária nacional no ano de 1950.
Seguindo o trilho do caminho-de-ferro em direção à Bezerra, fizemos a nossa primeira paragem junto do túnel, na Serra da Pevide, para aí podermos contemplar a extraordinária vista, sobre a área circundante, e dar tempo ao repórter para escolher o melhor ângulo. Ultrapassado o túnel, estendia-se à nossa esquerda o imenso vale, cavado entre as serras. Lá ao fundo o verde contrastava com o branco, a lembrar as baixas temperaturas deste dia frio, mas soalheiro, de dezembro. São cerca de 10 km a desfilarem, ao nosso lado, as belas paisagens da montanha austera, com o castelo romântico a espreitar lá no fundo.
No fim da pista, o encontro com a personagem mítica que no faz regressar à Bezerra sussurrando palavras como cabana, encontro de amigos, tainadas, escapadelas, fugas. Palavras envoltas no mistério da cabana do Elias. O próprio Elias. No cima da curta escada que nos ergue à casa do dito, lá estava a figura. O Elias em pessoa.
Sem mais demoras, motivados pela curiosidade de conhecer a pessoa, já que a fama vai longe, confraternizámos.
Depois de uma visita de cortesia ao pequeno palacete e da imprescindível degustação dos néctares, fomos caminho além.
Deliciámo-nos com os primeiros carreiros a descer. Subitamente, no topo, o Sítio do Elias. A frondosa mata de carvalhos protege esta preciosidade que me recorda as histórias de infância. Lembram-se da Anita no Bosque? Rui L, estou a pensar no livro…
Reiniciámos a descida. Agora sim, diziam. Vale a pena subir para depois sentir a adrenalina das descidas. E as pedras nas canelas! Diziam outros.
Mais vale nas canelas que no desviador, as canelas curam e o desviador custa 150 €! Exclamou o AL. AL, isso é feio.
Tão boa foi a descida, que resolvemos voltar a subir para novamente descer, com mais velocidade e ainda mais adrenalina.
Alguém prudente recorda, cuidado que duas vezes pelo mesmo local pode fazer mal aos ossos. Pois é, mas desta vez correu tudo bem, até o repórter ficou com um humor do melhor que já se viu, ou melhor, que já se sonhou!
Belo passeio com a beleza agreste da serra e uma paisagem difícil de esquecer. Curto mas adrenalinentoso (adrenalina+gostoso)!
Até domingo, num trilho qualquer.
Rui P
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