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Este ano, as festas da Bidoeira começaram mais cedo. Iniciaram-se com uma inesquecível prova de BTT!
A adesão a este evento superou em muito todas as expectativas. Foi superior a quatro centenas o número de inscritos. O percurso foi muito bem escolhido e nunca poderia ter sido melhor, pela simples razão que foi óptimo e por porque o local limitava, como é óbvio, os locais disponíveis. Não havendo montanhas, conseguiram dar-nos o prazer de "escalar" imensas subidas e descer vertiginosamente pelas esperadas descidas.
À hora marcada saímos do largo do Centro Cultural e logo nos embrenhámos no vasto bosque de pinhal. Os mais velozes já iam bem na frente quando passámos o riacho das Almoinhas. Esta passagem trouxe à minha memória os tempos da infância quando por aí passava na azáfama dos trabalhos agrícolas.
Após uma descida vertiginosa chegámos ao lugar da Mata da Bidoeira. Depois de um pequeno percurso de estrada entrámos novamente na floresta e foi muito agradável passar por um trilho estreito que nos conduziu ao pequeno riacho. Chegámos ao local onde antigamente existiu o Calhau, um pequeno lugar cujo principal modus vivendi era a moagem de grão. Hoje restam meia dúzia de paredes em ruína.
As recordações de infância não cessavam de me afluir à mente. Depois de uma subida por terra chegámos à Pêga, um dos locais onde viviam alguns dos meus companheiros de carteira na velha Escola Primária. Que saudade!
Deixemo-nos de melancolia porque os mais velozes já não se avistam há muito.
Passámos o Monte Agudo e mais uma vez os carreiros serpenteavam por entre a vegetação. Chegámos ao gasoduto onde fomos testados na verdadeira técnica de dominar a bike nas descidas de declive acentuado. O pior estava para acontecer! Quem tinha pernas subia a elevação, quem não tinha, subia à mão.
O percurso era bom, as descidas muito boas e as subidas óptimas. As pernas é que eram fracas. Não as minhas!
Após o merecido lanche veio a melhor parte do percurso. Fica na minha memória aquela passagem no carreirinho junto ao riacho, perto da Texugueira. Uma maravilha!
Subimos em direcção à Bidoeira de Baixo e demos connosco à saída da missa. Mais uma das imagens de infância, em que me recordo que após a missa, os bidoeirenses aproveitavam para uma pequena conversa com os vizinhos, sobre os temas que preocupavam a população. Parece-me que ainda se mantém esse hábito.
Finalmente, e para os que ainda tinham força surgiu mais um troço do gasoduto. Valeu a pena percorrê-lo. Mais descidas e subidas por entre uma vegetação densa.
Não posso deixar de referir aqueles reforços positivos inscritos nas placas colocadas ao longo do percurso que extraíam do fundo do desânimo aquele alento que nos fez chegar ao fim. Um toque de bom gosto!
O grupo Trilhos Sem Fim participou em massa. Para eles e em nome da organização fica o agradecimento. Valeu a pena e há quem no Trilhos Sem Fim tenha sugerido voltar a fazer o percurso.
Parabéns à organização.
Rui
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