Há meses que o Mota incitava o pessoal para uma tirada até ao mar. Do alto da sua Mondraker é bem fácil pedalar, mas o Sérgio, sempre relutante adiou até mais não poder, e ele pode muito.
Criado o trium- virato com o Luis, o Rui e o Ricardo ficou decidido. O Mota é que manda e o Sérgio obedece. Vamos à praia sim senhor.
Do alto da colina desce o Paiva, o Tó, e o José. Bikes a reluzir, fatos engomados, venham daí os trilhos. Não há distância que os derrube. Anseiam pela partida.
O Artur reclama. Está há horas à espera. Ainda agora chegou, mas esperar cinco minutos para o lazer é imperdoável, ainda que fosse para trabalhar...
Lá está o Eduardo, em cima da Scott, finalmente reluzente, aguarda pela partida. Venha daí o mar.
Falta o Ricardo. Fez noite, exclama o Mota! Está a fazer um batido! De fruta. AHHH!
Temos que chegar às 12 horas, sussurra o Luis. A minha sogra já tem o almoço na mesa.
Pois, assim não quero pedalar. Ainda não parti e já estou stressado. Não gosto de pedalar contra o tempo. Assim não posso falar. Eu só sei pedalar se falar, mas se falar não pedalo. Que raio de confusão. O melhor é falar.....
Adiante, digo eu.
Campos verdejantes, o rio Lis corre bucólico para o mar, os pássaros chilreiam a adivinhar a primavera, sopra a brisa.... Mas que grande disparate estou eu a escrever. A brisa sopra, mas sopra com um cheiro a excremento que não se pode!
Assim não consigo fazer um texto sério e erudito. Quando me preparava para chamar a veia erudita, eis que chega o parágrafo do cheiro a merda. Bolas!
De trilho em trilho, atravessando as pequenas possas de água deixadas pelas ultimas chuvadas, chegamos finalmente.
O mar bate na areia, o cheiro a maresia, a brisa fresca. Uma maravilha, afirma o Mota.

Venha daí o café! E as bolachas, as bananas, os pastéis de nata, os sumos, a marmelada, os rebuçados, que com tanto pedalar ... o meu corpinho não se sustenta com a paisagem, diz o Luis. Pois!
De regresso, ultrapassada a ponte, à beira do Lis, na sua margem esquerda... Artur porque te atiraste ao chão? Claro, querias atenção. Pronto, para a próxima atiro-me eu.
O texto vai longo e o percurso também não foi curto. Afinal sempre foram 67 Km. Chegamos frescos que nem uma alface ao sol, num dia de verão.
O que é mesmo importante, é a certeza que todas as semanas iremos repetir a experiência, neste ou noutro trilho, com a amizade reforçada e num grupo em que a camaradagem é rainha.
Um abraço
Rui