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À semelhança dos pioneiros, que em 11 de novembro de1926 inauguraram a Route 66, também os Trilhos Sem Fim, em 2019, foram apreciar a qualidade dessa construção, apesar daquilo que nos move ser a beleza dos trilhos e não o alcatrão negro. A Route 66 é longa, com cerca de 2448 milhas, e atravessa os estados de Illinois, Missouri, Kansas, Oklahoma, Texas, Novo México, Arizona e Califórnia, onde termina na cidade de Santa Mónica, à beira do oceano Pacífico.
TSF que se preze, e se tiver a companhia de certas pessoas, vai praticando geocaching, e isso ficou marcado no mapa.
Chegados a Chicago, percorremos cada esquina à procura das memórias do comerciante, Jean Baptiste Pointe du Sable, o haitiano, que em 1799 construiu a sua casinha à beira do Lago Michigan, dando origem à cidade de Chicago, cedida pelos nativos ao governo dos Estados Unidos, no Tratado de Greenville. Ficámos tranquilos quando verificámos que aí existia o "Beer Garden". Após registo da feliz iniciativa seguimos tranquilos para a etapa seguinte, cogitando se seria esse o ponto de abastecimento da CA.
Partidos de Chicago, fomos delineando estratégias para valorizar o percurso com a marca TSF, respeitando o instituído, mas nunca esquecendo que os índios Potawatomi cederam, aos atuais chicaguenses o espaço para a construção da cidade de Chicago. Apenas deixámos uma medalha dourada na rede de proteção da Gary's Gay Parita do Missouri.
Era quarta-feira, 4 de agosto. Na quinta deveria bttar-se, como não era viável, aproveitámos os trilhos que Oklahoma nos proporcionou, porque o amanhã a Deus pertence. Lá fomos aterro acima, que a burra era forte.
Na fronteira do Texas ponderámos. A vasta pradaria, os campos de milho a perder de vista, os ranchos, os pocinhos de petróleo a cada esquina e os carros de alta cilindrada não permitiam o desenvolvimento dos TSF. Não era possivel uma joint venture com os locais, pois faltavam as pedras e a serra. Seguimos magicando ou engendrando coisas.
Alma de bttista. Assim é que deve ser! Carros bem enterrados para dar lugar às bikes. Neste caso deve retirar-se sempre, e previamente ao enterramento, o chauffeur. Assim aconteceu no conhecido Cadillac Ranch, em Amarillo, Texas. Dentro de todas as normas legais, deixámos a marca TSF no rancho, na esperança que perdurasse no tempo, situação pouco provável, atendendo ao número elevado de pintores.
Estávamos nas terras dos Índios Navajos, Arizona, nas cercanias do Parque Nacional da Floresta Petrificada, e o calor apertava. Os líquidos chamavam por nós. Eis que nos surge o painel ideal para mais uma vez imortalizar a marca. Embelezámos o logo da route 66 e finalizada a obra ficámos a admirar o feito. Ficou muito melhor.
Final da tarde de 6 de agosto e tanta estrada para percorrer. Ainda perto do Parque Nacional da Floresta Petrificada fizemos nova paragem para deixar uma pista para os TSF que iriam seguir na peugada, nos anos vindoiros. Fica o desafio.
Ainda na floresta encontrámos um "velhinho" biker que nos deu uma grande lição: fazer a Route 66, mas nunca a fazer de Bike, é como se nunca tivesse acontecido. Tanta determinação no discurso deixou, nos TSF, a noção de que é inevitável fazer as 2448 milhas de bike. Agendem.
Foi necessário nascer e crescer um TSF para que Portugal tivesse o seu primeiro e único pin no mural da Cratera de Barringer em Winslow, Arizona.
Perto de Williams e do Grand Canyon, a 7 de agosto, ficámos a ver a caravana passar, muito bem equipados com os polos verdes da melhor equipa. Estranhámos que nem cowboys nem índios nos dessem o mínimo de atenção. Pernoitámos para o merecido descanso.
Achámos que era possível. Avistámos, a 8 de agosto uma extensa encosta, logo deveria haver um trilho vertiginoso que nos levasse do topo do Grand Canyon até ao rio Colorado. Ficámos a sonhar, sempre envolvidos nos melhores fatos.
O deserto é seco e quente. Uma bebida vem sempre a jeito, mas a nossa responsabilidade ecológica impede o disparate, assim nada melhor que fazer uma escultura/jardim com o vasilhame sobrante. Em Oro Grande, já na Califórnia, a 10 de agosto, pusemos o rótulo na garrafa, ou melhor na cerca.
Ainda no mesmo dia, cerca das 14H36M, hora local de Oro Grande, deparámo-nos com um mural curioso. Com a colaboração passiva dos residente foi criado AQUI mais um ponto de atração TSF.
Finalmente, já em pleno Walk of Fame, em frente ao Dolby Theatre imortalizamos a marca Trilhos Sem Fim. Trabalho duro, de escoporo e martelo, o artista cravou o ouro no passeio.
Terminada a obra, o artista, sacou da máquina fotográfica e com o mesmo estilo avant-gard gravou nas películas a sua obra, consumindo pixels, uns atrás de outros.
A praia de Santa Mónica, e o oceano Pacifico, estavam lá, mas a família e os amigos esperavam-nos a milhas dali, noutro continente. Regressámos.
RP - 2019
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