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Partimos cedo com o objectivo bem definido. Passear na Mata do Cerejal em Alcanadas. Até lá deveríamos escolher as sombras e desfrutar o prazer das descidas, quando as houver.
Neste primeiro Domingo de Julho esperava-nos um dos dias mais quentes do ano, mas atrás de uns óculos de sol só chega o prazer do passeio pelo campo, o cheiro a rosmaninho, o contraste da clareira com o bosque, a sombra refrescante e o "cantar", sem cessar, das cigarras que por aí abundam.
Após uma ou outra hesitação chegámos a Alcanadas, dirigimo-nos ao primeiro bosque e aproveitámos bem os trilhos a descer. Alegria!
Titubeantes íamos testando as possibilidades do percurso, escolhendo sempre as que nos pareciam mais exóticas, quer pela vegetação cerradas, quer pelo carreiros estreitos. Um após outro carreiro, fomos avançado dentro da mata.
Inexplicavelmente reparei que o Rui G se atrasou uma vez durante o trajecto e que com facilidade nos encontrou!
Fomos avançando na mata, mas aquele carreiro com vegetação abundante, há muito não trilhado, parecia o local ideal para atravessar. Assim fizemos. À sombra, contornando as plantas silvestres, sulcando o caminho aveludado com musgo ainda verde, avançamos bosque dentro. Metro após metro, a vegetação abraçava o caminho, tornando cada vez mais difícil a progressão na floresta. Nisto, uma clareira! Lugar aprazível, em anfiteatro, com sombra escura e um sol intenso adiante, o som das cigarras. Que relaxante! Aquele recanto fortemente arborizado, as ervas aromáticas, o tanque escavado no chão para dar de beber aos animais, fizeram-me imaginar os pássaros, patos, javalis que por lá devem abundar.
Sentámo-nos à sombra, outros de pé à conversa, mas todos a saborear o merecido repastos e as indispensáveis bolachas.
A saída da clareira, sempre a descer, foi um dos momentos altos do passeio. O Rui G voltou a atrasar-se e facilmente nos encontrou!
A Mata do Cerejal, tínhamos que lá ir. Até lá subimos o carreiro junto ao ribeiro e fomos falando de outras experiencias no local, sobretudo daquele dia em por lá passámos num dia de chuva diluviana. A Mata do Cerejal ainda estava longe e o calor apertava. Alguns regressaram a casa!
Subimos pelo alcatrão escaldante, chegámos ao cruzeiro do Alqueidão da Serra e finalmente encontrámos a mata. Não sem antes presenciar-mos uma cena de amor/ódio entre dois companheiros. Tudo normal! Só os amigos discutem. Quem não tem relação não tem oportunidade para discordar. Sei que a diversidade de personalidades só fortalece o grupo e por isso é que nós temos vindo a crescer.
Aquele trilho técnico foi outro dos momentos altos do passeio. A sombra, a vereda estreita, o chão pavimentado com grande lajes aí colocados pela natureza, fizeram de nós um bando de crianças a aproveitar as brincadeiras que vão rareando.
Outras descida e o prazer redobrado.
Já no regresso passámos junto a uma velha casa rural e fomos presenteados com água fresca e ameixas a colher da árvore. Um passeio completo, a provar que ainda é possível percorrer trilhos novos, assim a imaginação e a criatividade não nos abandonem.
Divirtam-se! Domingo haverá mais.
Rui
Nota: afinal o que aconteceu ao Rui G? Mistério!
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