São 9 horas de uma manhã cinzenta com as nuvens a prometerem chuva abundante. A cidade já fervilha com os preparativos de mais uma jornada dedicada ao desporto. Junto ao parque radical de São Romão trocam-se palavras de ocasião, recorda-se o passeio anterior e projecta-se já a viajem da próxima semana, aguardando pela chegada de alguns retardatários do grupo Trilhos Sem Fim. Um grupo de cidadãos partilha o mesmo espaço e reúne-se para visitar as obras do Polis, tendo como anfitriã a presidente da Junta de Freguesia de Leiria. Finalmente o grupo está completo e mais valioso. A ele se juntaram novos elementos, um dos quais já nosso conhecido aquando da visita a Agodim, o Mathieu. Entrámos no frondoso bosque, a Curvachia, e logo a subida nos recorda que é necessário mais exercício físico associado a uma alimentação saudável. Os quilos a mais têm que desaparecer.
Com persistência e abnegação vencemos a subida, chegamos ao campo de futebol de Famalicão das Cortes e logo nos precipitámos na descida do Calvário. Cada um já sabia o seu lugar na grelha de descida. Os mais rápidos já iam monte abaixo, enquanto outros escolhiam o melhor lugar para, suavemente e em segurança, cumprir o mesmo objectivo, descer sem acidentes.
Hoje descemos e subimos, parámos e conversámos, comemos o nosso reforço em contacto com a natureza, mas aquilo que mais nos marcou foi a oportunidade única de tomarmos um banho integral de lama, lama muito bem amassada, vermelha, que se colava ao corpo e às máquinas.
Esta lama não era uma lama reles que quase nos destruiu o passeio. Não, esta lama chama-se argila. A argila é provavelmente o mais milagroso dos produtos usados para tratamentos desde tempos remotos. Já Hipócrates, Galeno e Avicena a usavam com resultados surpreendentes. Gandhi recorria à argila e por isso conseguiu suportar todos os maus trata dos do ingleses (esta última é invenção minha). A acreditar em noticias muito recentes, parece que a Ministra da Educação quando vai para as reuniões com os sindicatos, também faz máscara de argila.
Está para ser descoberta a doença que não possa melhorar através de um tratamento com argila. Os iões negativos da argila têm a capacidade de atrair e absorver toxinas provenientes dos iões positivos, reduzindo os níveis de toxicidade e produzindo efeitos antissépticos e cicatrizantes.
Perceberam agora a importância deste passeio, a rota da lama, ou melhor, a rota da argila? Da próxima vez não se queixem. Deviam ter saído das bicicletas e mergulhar profundamente na argila, só assim os vossos miseráveis corpos poderiam ter sido tratados. Reclamaram? Então perderam mais uma oportunidade de ficarem saudáveis.
Pensem na próxima semana e que venham as sugestões.
Está bem, estão desculpados por não terem aproveitado a Rota da Argila.
Rui