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São Pedro bem que se esforçou para nos fazer desistir de começar a pedalar, mas não conseguiu… Todos saímos de casa conscientes de que a manhã iria ser húmida mas nunca imaginámos que pudesse ter atingido os elevados níveis de humidade (melhor, água!) que pudemos verificar nos nossos corpos. Não houve nenhum equipamento, dos melhores aos piores, que tivesse resistido e a chuva chegou-nos quase ao tutano! Era tanta que nem o Leitão, numa das suas habituais e naturais chafurdices, conseguiu molhar-me mais do que já estava quando descemos o Vale Maninho, à máxima velocidade possível. Na Chainça, a espessura da água que corria na estrada não permitia – nem a descer! – que as bicicletas rolassem normalmente. O vento soprava de acordo com a intensidade da chuva. Enorme vantagem de tanta água era que as pedras, grandes e pequenas, estavam absolutamente lavadas, e por isso não escorregavam como de costume. Percebemos, claramente, que o famoso Joaquín não chegou a horas e veio na manhã deste domingo 18 de Outubro. Com um nome de origem latina só podia mesmo atrasar-se…
Às 8.30 estavam devidamente preparados no Parque Radical quatro Trilheiros (Cláudio, Rogério, Rui Leitão e Alípio). Esperámos pelas 08.35, mas o companheiro dessas horas não apareceu… Certamente que não terá sido pelo medo da chuva. Esperámos mais um minuto e chegou o Artur. Havia algumas faltas em relação às promessas feitas no dia anterior quando discutimos a qualidade elevada de uma Paelha, da qual não sobrou rigorosamente nada. Somos todos contra o desperdício e no final fizemos o mesmo a um avantajado saco de amendoins que acompanharam uma roda de abaladíssas de Vialonga. Faltava também o Rui Gaspar que a essa hora, e conforme nos confidenciou, andava em casa nervoso sem saber se chegado ao PR não teria que voltar para casa tanta que era a chuva. Não duvidou da bravura dele mas, é claro!, duvidou da dos restantes cinco. Mas compreende-se. Telefonámos-lhe para saber se tinha adormecido. Não tinha adormecido, estava só hesitante e sem saber o que fazer. Esperámos mais alguns poucos minutos sob um pinheiro manso e quando eram 8.50 arrancámos, sem nenhum incómodo de poeira nem sequer pedras sujas, pela Tosel em direcção à Chainça onde pudemos ver como o caminho de grande declive que todos conhecemos e foi ainda há pouco arranjada pode ficar completamente destruído numa manhã de chuva. Ficou. Quando subimos, o ímpeto da água era tanto que mais parecia uma charrua líquida a lavrar todo aquele touvenan de forma tortuosa e completamente desgovernada. Aumentou muito o grau de dificuldade da subida mas só um de nós teve que desmontar quando percebeu que tinha escolhido o lado errado e galgar para o certo a pedalar era tarefa dura de mais para lograr sucesso. As forças, claro, iam nos limites. Não interessa referir o nome, porque é desnecessário e sem interesse…
Entretanto, juntou-se a nós um companheiro de um outro grupo que estava felicíssimo porque tinha acabado de ganhar seis almoços! No seu grupo, de sete elementos, quem falta (faça chuva ou faça sol) tem que sujeitar-se a pagar um almoço! Estava com um problema: faltava-lhe testemunhas (dado que nenhum dos outros compareceu… ) e fomos nós que nos oferecemos para tirar uma foto juntamente com ele para que pudesse apresentar aos seus companheiros. Esperemos que o nosso testemunho possa ser aceite porque ele, de facto, mereceu ganhar a todos! Acompanhámo-lo (!) durante quase toda a manhã.
Diz alguém que o que não nos mata nos torna mais fortes e, ontem, não morremos e teremos ficado mais fortes! Até ao momento ainda não há notícia de resfriados ou constipações. Vinhais é para a semana e parece que a meteorologia nos vai dar sol durante a semana e chuva sábado e domingo… Bom treino para Vinhais.
Já durante a tarde o tempo foi muito bonançoso, e até soalheiro, mas esta meia-dúzia de bravos (e malucos?!...) Trilheiros pôde saborear melhor a tarde que quaisquer outros porque, se ninguém disse, diremos nós: DISFRUTA MELHOR A BONANÇA QUEM LOGRA ENFRENTAR AS TEMPESTADES.
Porque ao final da manhã estávamos todos muito ensopados e não era de todo conveniente chegarmos a casa, e mesmo antes aos nossos carros, naquele estado alguém se lembrou da churrasqueira do Cláudio e da sua grande tendência para enormes fogueiras. Sugestão apresentada, sugestão aceite, fomos para casa do Cláudio. E aquecemos num ápice e quase sem necessidade da fogueira, da qual resultaram brasas, muitas e fortes brasas, que serviram para assar umas quentes e muito boas castanhas e, ainda!!, umas barriguinhas de porco que estavam deliciosas. Porquê? Porque havia para arrumar no lenheiro lenha para mais de um ano de inverno da família Costa. Quando estávamos de saída, chegou o pai do Cláudio (a quem ninguém telefonou, disse o Cláudio…) com mais uma carga de lenha. No final, tudo arrumado e varrido, concluiu o anfitrião que durante dois anos não irá precisar de mais lenha… conclusão: a lenha aquece bem e nem sequer precisa de arder!!
Alípio Lopes
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