Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Às oito e trinta uma dezena de trilheiros, com a companhia de um amigo do DA, saíram do Parque Radical. Logo à saída berrava o RG para aqueles que hesitavam em virar à direita ou virar à esquerda: Aos domingos é sempre para a esquerda! Começava bem mais uma manhã muito bem conseguida sob todos os pontos de vista. Aos dezassete quilómetros, já tínhamos um acumulado que rondava os 600 metros! Subimos o Vale Maninho, escorregadio como de costume no inverno chuvoso, e, antes de chegarmos à Chainça virámos à direita e foram mais de dois mil metros sempre, sempre, a trepar e, para alguns, a ganir! Chegados ao topo saboreámos a tradicional banana madeirense (que trilheiro que se preza não as compra de outras proveniências) e pudemos degustar delicioso lavacorrentes do RL que, surpresa!, nos brindou ainda com um saco, que desapareceu num ápice, de amêndoas torradas e figos. Foi também por essa altura que ouvimos a confissão do GS que é um enorme tributo à Universidade TSF. Confessou-nos que algumas coisas que sabe hoje e que desconhecia antes de pedalar connosco. Confidencial, claro! Se ele quiser que comente em público... Antes da chegada ao dito Buraco Roto – todos os buracos são rotos, pelo menos dum dos lados, mas só este faz jus à classificação – descemos um vertiginoso (mas muito seguro...) trilho de pura pedra. Não havia ponta de outra coisa. Nesse trilho o RG rasgou um pneu e o nosso homem da braçadeira TYRES EXPERTISER resolveu o problema colocando nova câmara. Chegados à estrada, descemos em direcção ao Reguengo do Fétal pelo passeio do lado esquerdo. Chegados ao Buraco Roto houve lugar para inúmeras fotografias e vídeos e, como não podia deixar de ser, algumas traquinices do sexalescente RG. Quando saíamos o CM voltou, imagine-se!, a furar. Após uma tentativa de reparação concluímos que, tal como sucedeu antes ao RG, não saía dali sem câmara. Como não tinha houve um oportunista agiota que lhe vendeu uma por 40€! Talvez não receba, mas vendeu bem vendido. Nos entretantos chegaram três membros da delegação de Leiria dos ChouBikers que nos acompanharam até à saída do Reguengo quando zarparam pelo alcatrão e nós pelo trilho em direcção às Fontes onde o RG fez uma tentativa frustrada de atravessamento do olho de água da nascente do Lis... Durante a manhã houve inúmeras tentativas para acertar com a música para o hino e, em dada altura, música de cariz religioso que foi ensaiado quase dava o mote para discussão acesa. Acontece que este grupo percebe é de trilhos e quejandos... Religião, política e futebol (só às vezes) são tema tabu, que somos um grupo e discussões só acerca de trilhos, de coelhos, leitões e outros desafios! Diz quem sabe que quinta feira há mais e domingo também...
Alipio Lopes
Choubikers & Trilhos Sem Fim de Leiria à Barrenta
O convite tinha chegado no final da semana, já o tempo decorria chuvoso: acompanhar os nossos amigos dos Choubikers até à Barrenta com passagem em Alcaria, Covão de Olés, São Mamede, Alqueidão e tantos outros lugares que não é possível referir porque a visibilidade, a dada altura, era igual à de um tempo com nevoeiro intenso e denso, a humidade chuvosa como se sabe e a acção do vento constante por vezes tão intensa que quase nos deitava abaixo das biclas!
Ficámos a saber que quase todos tiveram umas certas hesitações desde a noite de ontem até à alvorada de hoje. Contou-se até que aconteceram trocas de mensagens via facebook impeditivas de qualquer volta atrás. Disse o Cláudio C ao Rui B dos Choubikers que as nossas bicicletas não têm medo da chuva. De facto as bicicletas não têm! Como tampouco têm medo da dita a totalidade (ou quase) dos nossos companheiros. Há-os até que fazem alarde de apregoar que não é a chuva que os demove ou assusta e que “chuva civil” não molha “militar” (leia-se Trilheiro!!). Mas, o que é verdade, hoje éramos quatro Trilheiros e em dias de sol já fomos mais de vinte… Este humilde redactor, por exemplo, recebeu uma chamada na noite de ontem de um companheiro que o invectivou a não deixarmos de ir e, assim, pela manhã e ao olhar pela janela afastou pensamentos de recusa pois havia um compromisso. Equipou-se a rigor, passou à hora combinada e esperou dez minutos depois de ter tocado à campainha. Não houve resposta e seguiu, para chegar a casa contente, com quase 60 quilómetros nas pernas e mais de 900 metros de acumulado no bucho e com um peso extra de líquidos no equipamento de para aí dois quilos (que é igual ao litro…). E, tal como todos os outros, mais coeso no grupo; que são as dificuldades que aguçam o engenho e reforçam a estima mútua. Disse alguém um dia, e se não disse direi eu!, que o BTT é um desporto individualista por excelência que é ainda muito melhor quando praticado em grupo…
Saímos às 8.40 oito ciclistas anfíbios mantendo-se nessa ocasião um empate técnico dado que o grupo de “batráquios” era composto exatamente por quatro Trilheiros (a saber: Alípio L, Artur F, Cláudio C e José C) e por quatro Choubikers. À passagem pelas Cortes juntaram-se-nos mais dois companheiros dos Choubikers vindos do Alqueidão da Serra (onde haveriam de ficar no regresso) e um outro mesmo dali junto às Fontes (que também haveria de deixar-nos quando por aí regressamos). Escusado será dizer, tal como veremos adiante, que os companheiros que ficaram no Alqueidão iriam ter gostado de terem vindo connosco até às nascentes dos Liz onde houve direito a filme de banho e queda na máscara com a bicla a iniciar a deriva com a corrente! Foi a cereja no topo do bolo de um dia incrivelmente duro mas inexplicavelmente fantástico com direito a café e tudo pago por um dos companheiros vindos do Alqueidão que, ainda cedo, viu o cabo do sistema de mudanças traseiro rebentar. Escusado será dizer que o nosso amigo Artur F teve oportunidade de pôr a nu a razão pela qual, tantas vezes, não pode subir como os outros tal a parafernália que permanentemente transporta às costas, qual pronto-socorro! Quando foi necessário ele sacou do seu autentico arsenal de ferramentas e acessórios que foram suficientes para remediar o problema e permitir que metade das mudanças passassem a poder ser usadas e, assim, evitar o abandono do nosso amigo. Os problemas técnicos resumiram-se a esta ocorrência o que foi enorme ajuda porque mais paragens e arrefecimento com outras contrariedades, tais como furos, podiam causar transtornos e resfriados…
Dizia à saída o Artur F que haveria de referir o texto que oito eram poucos mas que eram bons. Passámos a onze e não ficámos piores. Passámos toda, rigorosamente toda a manhã, debaixo de chuva e, a partir de certa altura, já ninguém se desviava das poças de água dos caminhos. Quando a chuva aliviava eram as árvores que, sob a acção da forte ventania, debitavam litros de água acumulados nas suas copas para cima dos nossos dorsos. Quando subimos, sofremos as óbvias dificuldades mas quando descemos, particularmente mais rápido, sofremos o efeito dos pingos da chuva nos olhos como se de agulhas se tratasse. Usar óculos estava impossível e nem os ceguetas que necessitam de muitas dioptrias de correcção se permitiram fazê-lo. Sorte de toda a gente que a lama nos olhos não causou problemas mas o mesmo não diríamos facilmente se, quando passámos em São Mamede e tomámos café, tivesse vingado a proposta de alguns que queriam descer o Vale Maninho. A maioria, ajuizada, votou contra porque aquele trilho de lama e pedra, particularmente a descer, não seria pera-doce especialmente hoje.
No regresso passámos pelas Fontes e, como dizia o Rui Berran, passar por ali sem visitarmos as nascentes equivale a ir a Roma sem ver o Papa. A nascente estava espectacular e a torrente forte e límpida já sem as lamas do início do inverno. Tão límpida estava que o Luís Ramos (mais conhecido por Luís do burro) foi tentado para atravessar o olho da nascente de bicicleta. À segunda tentativa tomou mesmo balanço na descida próxima que todos conhecemos. Quase que atravessou. Quase, porque ficou a faltar metade da travessia e se espalhou literalmente ao meio do leito do rio. A velocidade permitiu uma queda espetacular em “slow-motion”, equivalente à “queda na máscara” da gíria militar, com direito a banho completo e a quase ver a menina desaparecer na corrente! Houve alguém que recordou o nosso companheiro ausente RG… Recomenda-se vivamente a visualização do filme. Em breve o rapaz arrisca-se a receber uma proposta para duplo em Hollywood…
Ironia das ironias, quando no regresso entrámos no Parque Radical parou momentaneamente de chover. É com estas e outras que conseguimos perceber bem a dureza da vida dos sambistas em carnavais tão molhados como este (e outros de que nos lembramos bem)!
Quarta há mais para os Choubikers e convidados com o chouriço em pão quente da praxe (não confundir com praxes!) e quinta serão os Trilhos Sem Fim a fazerem-se à estrada, perdão, à lama e à pedra!!
E viva o BTT, com ou sem chuva… mas com boas companhias! Que esta rapaziada dos Choubikers liga bem com os Trilhos Sem Fim.
Alípio Lopes
Com um ligeiro atraso partimos rumo à Serra da Maunça. Não sei a razão, mas todos esperavam ir à Pia do Urso!
Passámos as Cortes, descemos a Abadia e logo alguém, olhando à esquerda, sugeriu a subida do canário. O grupo não se fez rogado. Encosta acima logo chegámos ao cume… entre alguns lamentos, claro. Evitando um ou outro pedregulho iniciámos a descida pelo caminho que dá acesso às Fontes do Lis. Junto ao muro inacabado decidimos cruzar o pequeno carreiro e num ápice ficámos no quintal junto às hortas, sem qualquer problema. Gente simpática, esta das Fontes. A passagem sobre a ponte, a rua com calçada e a capela naquele largo, mesmo junto ao rio, proporcionam-me sempre grande satisfação, justificando a visita.
Deixámos o lugar e atravessámos outro quintal. Na Reixida passeámos ao longo da ribeira, não sem alguém sugerir que deveríamos abandonar o local para ceder a passagem aos atletas do corta-mato. Como se ambas as modalidades de desporto não fossem compatíveis…
Atravessámos o Rio Seco, recordando outros momentos em que a quantidade de água que aí passava justificava o nome de “rio”.
O carreirito que atravessa o vinhedo e que nos leva à zona alta das Fontes é uma delicia BTT. Já o outro que desce para o estradão do Pé da Serra, apesar de muito bom, pregou uma partida a alguém…
Subimos à Maunça pelo trilho ocupado pela vegetação, que só nós conhecemos e voltámos a descer Serra abaixo. Que rica descida! Aí partilhámos o caminho com os atletas apeados e estabeleceu-se um convívio salutar.
Descemos, voltámos a descer, alguém quebrou uma silvas e por fim descemos junto ao galinheiro. Este trilho está óptimo. A vegetação faz um túnel completo, muito interessante nos dias de calor. As curvas apertadas completam o quadro perfeito.
Alguém dizia que foi um passeio óptimo. Eu concordo!
Até Domingo para uns. Para os outros, boa peregrinação.
Vê AQUI o percurso, uma colaboração do HMalheiro.
Rui
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.