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No inicio deste mês de Agosto, os Trilhos Sem Fim estiveram presentes no passeio Aldeias Históricas 2013, com a participação de Nuno Rama, Rui G e Rui P.
Saímos de Leiria no dia 1 com o destino Almeida. Pernoitámos na antiga pousada, com um a vista soberba sobre o horizonte. A vila de Almeida é conhecida pela sua fortaleza, com a forma de estrela de doze pontas. Constitui um dos mais espectaculares exemplares europeus dos sistemas defensivos abaluartados do século XVII.
De manhã, mal o sol nasceu, por volta das 10:00 horas da madrugada, partimos em direção a Meda, via Castelo Rodrigo. Citar estes nomes quase chegava para escrever a crónica, uma vez que se faz referencia a aldeias históricas muito anteriores à fundação de Portugal e de que me habituei a ouvir falar desde muito cedo.
Castelo Rodrigo foi conquistada aos Mouros, em 1170, por D. Afonso Henriques. Voltou a cair nas mãos dos árabes anos mais tarde, quando do seu contra ataque, para ser definitivamente reconquistada por D. Sancho I. que lhe outorgou foral a 11 de Setembro de 1209. Até ao século XIX chamava-se apenas Castelo Rodrigo, em homenagem ao alcaide D. Rodrigo, que defendeu a fortaleza em 1296.
Almoçamos, com alguma dificuldade, por escassez de alimentos, no povoado que se ergueu em volta das muralhas do castelo de D. Rodrigo. A vista era arrebatadora, o ambiente explendido, mas a disponibilidade de alimentos era escassa. A simpatia da jovem que nos serviu, acompanhada de pão e queijo fatiados, quase saciaram a fome dos “peregrinos” das aldeias históricas. De Castelo Rodrigo a Meda fomos apreciando a paisagem. Descemos a encosta da serra até o rio Côa. Sobre a ponte ficamos alguns minutos a apreciar a natureza rude da serra que encaixa no sopé o pequeno rio. A subida... a subida foi longa.
No final do dia, cansados, empoeirados, mas satisfeitos, passámos o castelo de Marialva e alojámo-nos na quinta de turismo de habitação Calcaterra.
Bem cedo, no dia 3, partimos em direção a Linhares da Beira.
Um dia de trilhos com muitas subidas e uma grande descida. Saliento a grande descida que nos levou a Muxagata, pequena povoação, terra natal de um colega de faculdade. Nem nos meus sonhos mais fantasiosos poderia surgir como destino.
A hora de almoço foi complicada. Não fosse a tendência para o improviso em situações de carência alimentar teríamos passado fome. No café da pequena aldeia não havia alimentos e a mercearia não tinha pão. Valeu o atum com cebola e a boa vontade, acompanhada de estômago vazio, de um dos companheiros que conseguiu encontrar pão fresco.
Fizemos um percurso excelente, com travessia do Mondego num pequeno açude.
Por fim a subida da calçada para o Castelo de Linhares, linda de morrer. Morrer, no verdadeiro sentido da palavra. Subida longa, inclinada, com pedra e degraus... bolas... estou cansado só de recordar.
Linhares à vista, a conquista do castelo e finalmente o repouso junto às muralhas, depois de 160 km trilhados.
Que rico fim-de-semana de btt!
Rui P
Track Almeida a Meda (vista aérea)
Track Meda a Linhares (vista aérea)
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