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O sol começava a aparecer por entre as árvores do cabeço de São Romão e já os primeiros trilheiros trocavam palavras de cumplicidade, preparando o percurso do dia, que já vinha alinhavado da noite anterior. Os primeiros dias de inverno mostram o dilema e a indefinição da indumentária. Uns vestidos para aguentar as baixas temperaturas, enquanto outros, menos vestidos, continuam a imaginar que o verão ainda não acabou. É o sol que nos confunde.
Palavra atrás de palavra, foram-se aproximando os oitos trilheiros desta expedição. Houve promessas não cumpridas, mas oportunidades não irão faltar, mas não este ano.
Ourém é sempre um bom destinado. Um misto de trilhos técnicos, subidas, descidas e estradões, tudo embrulhado em muita história e paisagem esplendorosa, iluminada pelo sol que nos acompanhou em toda a viagem.
Atravessámos a Curvachia, subindo, e chegados ao campo de futebol do Soutocico utilizámos trilhos e estradões para chegar ao vale Maninho. Nisto, dei por mim velozmente pelo caminho que desce da Loureira em direção a Ourém. Os oito desciam a grande velocidade, como crianças acabadas de entrar no recreio, no final de um dia de estudo. A excitação da adrenalina abafa o risco de queda. Esta incerteza que balanceia o prazer da velocidade com a probabilidade remota do acidente, trazem um prazer superior quando se vence o percurso, com uma segurança apenas aparente.
Enquanto se reagrupam, no final da descida, perto do riacho, partilham com breves palavras os medos e o prazer da vitória, criando confiança ao grupo e estreitamento dos laços da equipa. Uma cumplicidade que se vai adensando cada dia que passa, fazendo com que os que faltam causem saudade e os que regressam tragam uma satisfação especial.
Já no castelo de Ourém, em volta da mesa singela, partilhámos o bolo-rei do Rui P e a ginjinha do Paulo C, esta muito melhor que a garrafa que adquirimos. Com algumas referências aos avariados, terminámos o frugal repasto e logo nos dirigimos à esplanada do D Nuno Alvares Pereira, junto ao Castelo altaneiro. Aí fizemos a bela foto de grupo.
Admirada a paisagem e comtemplado o horizonte, descemos para voltar a subir a encosta até Fátima. O esforço já se fazia evidenciar na face de quase todos, mas o Rogério sempre com a sua boa disposição, identificando o percurso como rolante, quer fosse a subir ou a descer, massacrou os trilheiros com a sua jovialidade e velocidade. Arre!
O tempo escasseava e daí optarmos por um percurso mais rolante desde Fátima. Chegámos ao nosso destino pouco passava das 13 horas, com a sensação de uma manhã bem passada.
Amanhã poderá acontecer uma breve despedida de 2018, mas em 2019 teremos a oportunidade de descobrir novos trilhos e novas amizades.
Votos de bons trilhos.
Rui Passadouro
Mais uma manhã em que valeu em a pena saltar da cama para cima da bike e dar ao pedal!
Se valeu!
Dizem que à terceira é de vez e hoje, e hoje, terceira volta desde o meu regresso, os meus amigos Trilheiros resolveram levar aqui o Malheiro a descer o Galinheiro! Ganda pinta!!
Pouco passava das 8 e 30 quando uma dúzia de Trilheiros se puseram a caminho daquilo que viria a ser mais uma manhã muito bem passada.
Partida rumo à Curvachia e ala por aí a cima até à Tosel, passando no caminho por terrenos que bem conhecemos, e avisando uns aos outros que a saída de determinado caminho tinha um perigoso cabo de aço pronto a degolar algum incauto. É uma pena que ainda haja quem proceda desta forma.
Chegados à Tosel já com as bikes a saberem o que é lama, restava subir até ao início do Trilho do Galinheiro. Acho que nunca uma subida me soube tão bem! Vá-se lá saber porquê.
Repórter posicionado, lá arrancou o Grupo - sim, que isto é um Grupo - descendo o Galinheiro, uns de "faca nos dentes" outros - não digo quem - a pé, não fosse o cromado riscar-se...
Numa paragem técnica, com recurso a alicate e tudo, lá houve quem chegasse à conclusão que uma determinada corrente estava a passar por onde não devia. Reparação efectuada, cumprimentamos 3 atletas sem bike que por ali corriam (ele há cada um com cada pancada...)
Rumámos então em direção à Martinela e daí passámos pela fábrica do pó e apontámos em em direcção ao Miradouro com vista para a Caranguejeira.
Foi aí que a nossa amiga e Trilheira Paula Pita - espero que os tipos do PAN não leiam isto - resolveu matar dois coelhos com uma cajadada só:
1 - Presenteou-nos com um belíssimo Bolo Rainha e um refrigerante daqueles que tanto gostamos
2 - Aliviou o peso que o marido carregava às costas (pois, lá está, foi ele, um verdadeiro cavalheiro, quem levou a mochila cheia)
Nem a falta de saca-rolhas foi capaz de desencorajar os TSF de degustarem aquele belíssimo néctar, ou não tivéssemos entre nós um tal de RG - qual MacGyver - para quem a ciência de sacar rolhas de cortiça com recurso a um alicate não tem segredos!
Repostas as energias restava tirar o azimute e arrancar em direção ao café mais próximo, no Souto do Meio, mas fazendo-o com uma categoria apenas ao alcance dos TSF: que é como quem diz, passando pelo quintal duma simpática senhora que, atónita, nos perguntava de onde vínhamos e para onde íamos...
Reposta a dose de cafeína fizemos lá pedalámos por mais uns trilhos muito engraçados, com direito a descidas de fazer o sorriso chegar até às orelhas e quando dei por ela já estávamos no Lapedo, zona que bem conhecemos.
Daí olhamos para o relógio e veio-nos à alembradura que as "pretas" queriam conviver connosco na Cervejaria Armando e zumba, pedais para que te quero rumo à sagrada reposição e electrólitos!!
Que manhã tão bem passada!!
Foram cerca de 38 kms de grande diversão e 770 metros de acumulado (ponho o registo do Artur que o meu Strava travou e gamou-me mais de 10 kms ao registo).
Ainda falta muito para ser domingo outra vez?
Feliz Natal para todos!!!
Helder Malheiro
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