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Para preparar a consoada, que se for doce é abençoada, só existe uma alternativa saudável, com evidência científica comprovada e grau de recomendação A. Subir, subir e subir.
Tendo bem patente que a identidade individual e coletiva se constrói com base no nosso passado, mas o futuro é o nosso caminho, conjugámos a recomendação A com a nossa identidade e, claro que só poderíamos visitar a anta do Alqueidão da Serra, bem no topo da montanha. Alinhámos a saúde com a história e o nosso passado e assim planeámos o futuro imediato, sustentado numa evidência que só poderá dar resultados ótimos em termos de saúde.
Por estradas banhadas por um brilhante sol, destes primeiros dias de inverno, fomos aquecendo o corpo e o espírito, aliviando da azáfama destes últimos dias do ano. Passámos Cortes, Fontes do Liz e chegámos ao Reguengo do Fétal. Não visitámos o que resta da palmeira abatida pelas rajadas de vento, pois tínhamos encontro agendado com o marco histórico.
Subimos pela direita em direção ao Alqueidão e reagrupámos junto da estrada romana. Sempre ascendendo, abandonámos o betuminoso e embrenhámo-nos nos caminhos do monte. Por breves momentos lançámos um bom dia a uma ou outra pessoa que cruzara o nosso caminho. Já no topo, reconfortados com o objetivo cumprido, avistámos a construção de pedra robusta, extraída da montanha, trazendo dentro de si o poder de fazer recordar outras civilizações. Nisto acordámos! O bolo rei e a ginjinha estavam estrategicamente dispostos em cima da rocha nua, prontos a serem apreciados. Erámos sete e em sete pedaços o bolo foi dividido. É Natal e tempo de partilha! A ginja deu quase duas rodadas.
Já quentes pelo néctar e com o estômago saciado com o bolo, tivemos a cereja no seu topo. O Sr. João Gabriel, cameraman da TVI, sobrinho de um habitante do Alqueidão, conhecedor de história e por ela apaixonado, contou-nos que esta anta tem mais de 20 anos e foi edificada neste local pois o seu tio acreditava que era um local histórico, merecedor dessa construção, e onde eventualmente até tinha caído um meteorito. Parece que em tempos remotos o mar já tinha banhado as encostas desta montanha.
Saímos dali pensativos, cheios de curiosidade em conhecer melhor o nosso passado. Com uma certeza eu fiquei. O mar pode não ter banhado a encosta daquela serra, mas a ginja banhou e bem as goelas dos trilheiros e a alegria voltou a encher as estradas por onde passámos.
Domingo haverá mais e será a última oportunidade de bttar em 2017.
Rui P
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