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Nesta manhã de domingo, o primeiro de novembro, chegavam ao ponto de encontro, um após o outro, os trilheiros que se propunham passar mais uma manhã em convívio, pedalando em contacto com a natureza.
O cinzento carregado no horizonte ameaçava com uma boa chuvada, mas os TSF não desmoralizam com ameaças, nem com ameaças concretizáveis. Há hora marcada seguimos, orientados pelo Zé Cardinhos, o anfitrião preferido.
Visitámos, sem muitas demoras, o parque da Curvachia, não perdendo a oportunidade de disfrutar dos bons odores que emanavam da terra nestes primeiros dias chuva. O bosque ainda verdejante, apesar de algumas folhas de outuno a atapetar a vereda, proporcionavam uma passagem suave e silenciosa. Silêncio entrecortado com o suspiro mais profundo de alguns trilheiros mais fatigados neste inicio de percurso, que se iniciou desde logo a subir.
Lá no alto da Curvachia, a primeira paragem para uma troca de palavras e cumprimentos aqueles que há mais tempo não tinham podido integrar o grupo, e ouvir de alguém o manifesto de prazer com o regresso de um companheiro ausente.
Aproveitámos as descidas, que de tão escassas pareciam nem existir. Dirigimo-nos ao algar perdido por entre os arbustos, perto do Arrabal, que o nosso anfitrião descobriu nas sus pesquisas de preparação de cada passeio. Mesmo assim, apesar de tanta preparação, não entrou em conta com a probabilidade de piso escorregadio, e vitima dessa falha, caiu redondo com a face batendo violentamente na rocha. Qual dama ofendida, ficou ruborizada a sua região malar esquerda. Sem consequências graves, desejámos todos.
Algar explorado e néctar consumido, prosseguimos viagem. Subida após subida, chegámos à Chainça, onde apreciámos o tradicional café.
O grupo partiu em direção à mata, mas por mera obra do acaso alguém perdeu de vista a cauda do grupo mais compacto. O pelotão de engenharia mostrava alguma entropia, mas só após a escalada de duas inclinações dificilmente suportáveis se encontrou a razão para tal. O C. Max. não se encontrava entre os presentes. Telefonemas sem fim, chamamentos a ecoar pelos montes e nada, nem vivalma.
Passados longos minutos conformamo-nos com a perda desse valente trilheiro, que antecipando a pena das escaladas, abreviou caminho. E fez muito bem, diziam alguns. Eu coloco mais a questão em termos de desorientação, mas vá lá alguém adivinhar.
Fazia-se tarde e o Vale Maior é sempre um bom sítio para tomar o rumo de casa.
Sem dúvida uma bela manhã de outono, mas no próximo domingo ainda será melhor. Teremos a comemoração do centenário dos Trilhos Sem Fim.
Desafio que nos encontremos à 8:30 no Parque Radical, para um passeio calmo. Quem não tiver oportunidade, poderá participar no almoço partilhado no parque de merendas da Barosa. Até domingo!
Rui Passadouro
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