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Nota Prévia:
Parece que desta vez me saiu a fava, o que só me dá vontade de mandar à fava quem a fava me deu!
Ora se a fava é minha, a história é nossa e portanto toca a partilhá-la! Cá vai:
A MAGNÍFICA AVENTURA DOS TRILHOS SEM FIM POR TERRAS DO “HOMEM QUE RALHA COMO NINGUÉM”
Capítulo I
Carrega, carrega!
Mal tinha o relógio da igreja batido as sete horas da tarde de sexta-feira e já era grande a azáfama dos Trilheiros na sua sede oficial, reunidos desta vez não à volta da mesa, mas sim à volta do “laranjinha” e de volta das adoradas bikes.
Tira roda, carrega bicicleta, põe manta, tira roda, carrega bicicleta, põe manta (manta, amigo RG, não é tapete da filha) e assim sucessivamente, repetindo-se a operação num total de sete vezes, uma vez que duas bikes não iam de “laranjinha”, mas sim no “carro do homem das meias” (não se trata do abominável homem das meias, porque de abominável este nosso amigo A.L. não tem nada. Bem pelo contrário)!
Operação de carga e descarga concluída segundo as melhores práticas da boa estiva – que é como quem diz: não sem que parte do grupo tenha tratado de repor imediatamente os respetivos eletrólitos - ala cada um para seu lar, que no dia seguinte começaria verdadeiramente a aventura lá para os lados de Vinhais, algures perto de Travanca que dizem ficar antes de Moimenta. A da Raia.
Capítulo II
Rumo a Vinhais! A terra de onde veio o “Homem que Ralha como ninguém”!
Sábado. Parque Radical. 9 da matina e 9 Trilheiros partiam rumo aos Pousos para apanhar o décimo Trilheiro. Afinal TSF que é TSF faz as coisas com rigor em só aceita dezenas de 10 elementos. Nem mais nem menos.
Composta a dezena de Trilheiros, arranca a procissão atrás do “laranjinha”, todos com os vidros bem fechados para não ouvirmos o “Homem que ralha como ninguém”…a ralhar, pois claro! Metódicos que somos, tivemos o cuidado de o mandar no “laranjinha”, acompanhando o R.G., que como “Mouco” que é (fazendo jus ao nome) não se incomoda com o ralhete!
Na verdade a viagem até que foi bem divertida, tendo apenas efetuado uma curta paragem na excelente Hospedagem Rebordelo, onde fizemos o Check-in, deixámos as bagagens e o “laranjinha” carregado de bicicletas.
A bike do dono do “carro do homem das meias” ficou à porta do quarto e a bike do amigo D.C. (mais conhecido por Endy) seguiu pendurada no “carro do homem das meias”. Parece que não se pode separar do dono… excepto quando se metem óculos pelo meio. Pelo menos é o que dizem.
Capítulo III
Enfardem para aí e… se não fumaste, Fumaces
Acabadinhos de chegar a Moimenta da Raia, onde fomos calorosamente - bota calorosamente nisso - recebidos no restaurante Fraga dos Três Reinos. Abriram-se logo as hostilidades com castanhas assadas e uma bela jeropiga, seguida de um caloroso - volta a botar caloroso nisso - repasto em ambiente de grande confraternização e amizade.
Ai amizade, amizade! Dizem que é “coisa tão bela” que se deve andar com ela ao colo. Dizem.
De referir que nesta altura já o Trilheiro P.S. (e não é de política que falamos) e a sua família a nós se tinham juntado. E que bem soube o reencontro com amigos que já não víamos há algum tempo. Bem haja!
Já de barriga cheia, o convívio continuou no exterior admirando os dois belíssimos exemplares de espécie canina que pachorrentamente por ali andavam. Entretidos a admirar os animais houve um atento Trilheiro que repentinamente começou a falar de Felinas.
Estavam as Felinas alí por perto, do outro lado da fronteira, em terras de nuestros hermanos ou lá que coisa é essa que dá pelo nome de Espanha. Ora é caso para dizer: Se não fumaste, fumaces! (Não, não é erro, é o nome da terra das Felinas: Fumaces)
Capítulo IV
A Castanhada
Enquanto o D.C., o tal que é mais conhecido por Endy, decidiu ir dar castanha na bike, fazendo um pequeno treino para a prova do dia seguinte, os demais Trilheiros foram apanhar castanhas. Uma meia-dúzia.
Excelente momento de intenso trabalho agrícola que, juntando ao que comprámos, ainda rendeu uma bela meia-dúzia quilos de castanhas para cada um! Na verdade, aqui já se tinha acabado o rigor e a meia dúzia afinal eram 11 kilos por cabeça!
Falta marcar o Magusto! Ouvi dizer que há quem tenha lenha (bem arrumadinha, por sinal) e 11 quilos de castanhas… Eu posso levar mais algumas! Não é C.C.?
Capítulo V
Estágio
A malta é organizada e leva a sério esta coisa de passeios de bicicleta, pelo que não fazendo as coisas por menos rumámos em direção ao estágio.
Local do estágio: Café Rabaçal, em Rebordelo;
Exercícios: Levantamento do copo, ginástica localizada (maxilar), canto (e não foram meninos de coro) e matraquilhos;
Vitaminas: Sagres, Vinho e Javali (no ponto);
Orientação espiritual: Padre Paulo Pimparel;
Mais um período de rigoroso cumprimento do plano de treino, com direito a afinação dos tímpanos, protagonizada pelos Trilheiros R.L. e H.B acompanhados por uma banda de verdadeiras artistas no auge da sua infância!
Capítulo VI
Aprova de uns que foi o passeio de outros
Vinhais. A terra do “Homem que Ralha como ninguém”. Algures entre as oito e trinta e as nove e coiso, lá estavam os TSF’s a degustar o belo pastel de nata regado a café.
Daí, saída direta para as fotos da praxe, dois dedos de conversa, música a tocar na mochila do R.G. - doravante designado por “Mouco” – e pumba, toca a formar na grelha de partida.
Concentração máxima duns, distração máxima doutros, partida dos 65 Kms para federados, espera, partida para os 35 Kms federados, espera e partida dos TSF, um (D.C.) para a prova dos 65 kms promoção, outros dois (R.L. e L.E.C) para a prova dos 35 kms promoção e o resto para um passeio de bike ao estilo TSF, com direito a geocaching e tudo!
Tivemos várias vezes o prazer de passar pelo “laranjinha” que, então conduzido pelo J.C. (sendo quase santo não é o J Cristo) e acompanhado pelo P.S. (políticas à parte) e sua família sempre nos dava apoio e dirigia palavras de motivação.
É disto que a malta gosta. Começámos logo nos primeiros quilómetros a descer até lá cima, subindo o Monte da Cidadelha, passando pelo belíssimo Parque Biológico de Vinhais. Entre o Parque Biológico de Vinhais e o belíssimo reforço em Travanca, houve quem se lembrasse de atravancar a prova e se dedicasse ao geocaching. Ainda bem! Estava a ver que não parava para respirar!
Após o reforço em Travanca separavam-se “os duros” (65 Kms) dos “assim assim” (35 Kms) e dos “quero lá saber, eu vim para me divertir”. Escusado será dizer em que sub-grupo me encontrava eu, sempre apoiado pelo excelente espírito de camaradagem que reina nos TSF.
Entusiasmado com o letreiro das Felinas, dizem que o DC rumou com os óculos postos em direção a Espanha, tendo passado pela Fraga dos Três Reinos, enquanto o R.L. e o L.E.C. deram ao pedal na Serra da Coroa, tendo mesmo atingido o seu ponto mais alto, 1.200 metros acima do nível do mar – do que não são capazes só para descerem mais que os outros.
Os TSF’s que integravam o sub-grupo dos “quero lá saber, eu vim para me divertir” pedalaram pelas fraldas da Serra da Coroa, p’raí a uns 1140 metros (disse-me o “Homem que Ralha como ninguém” e se ele assim o disse é porque assim é. Nem mais, nem menos).
Foi uma diversão a descida até à localidade de Paçó onde degustámos o 2º reforço e rapidamente instalámos um bailarico ao som da música da coluna da mochila do “Mouco”!
Bailarico terminado, visitámos o majestoso Castanheiro na localidade de Prada (sim, porque lá por terras do “Homem que Ralha como ninguém” vive-se bem e não faltam luxos) e apontámos as bicicletas em direção ao Parque Biológico de Vinhais.
Dizia o “Homem que Ralha como ninguém” que a partir daí seria sempre a descer. Puro engano! Fiquei danado. O choque com a realidade é tramado e não me lembro de descida que me custasse tanto a subir a caminho do Monte da Cidadelha, passando por uma magnífica floresta de nogueiras até chegarmos, finalmente, a algo que sim, parecia ser uma descida.
E era! Começava com uma placa a dizer: ”Pedras!” Confesso que pedras não as ví. Talvez por saberem que vinha aí o “Homem que Ralha como ninguém”, as pedras tenham fugido.
Mas lá que esta descida rumo ao final era fixe, lá isso era e portanto, faca nos dentes toca a pedalar por aí abaixo como se não houvesse amanhã!
Já na meta, estávamos nós em amena cavaqueira quando chega o maior (sim, o maior, porque o gajo é grande) – O D.C, o tal que é conhecido por Endy vencia os 65 kms chegando mais de uma hora e meia antes do segundo classificado… Nunca tinha visto coisa assim!
É um bruto a pedalar. Ou é do treino, ou é dos óculos!
Capítulo VII
Não há bola que nos arrelie
Regresso a casa com direito a mais algumas caches e relato de bola. Mais não escrevo porque se a bola a uns fez rir, a outros…
Fica um grande muito obrigado a todos os TSF’s por mais uma maravilhosa aventura cheia de amizade e camaradagem.
Helder Malheiro, o tal a quem saiu a fava!
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